AS ICAMIABAS
As mangueiras da minha cidade,
Soam feito abelhas, suando...suando,
Estou eu próximo do fogo de infinitas centelhas?
Calor tropical, úmido e fecundo,
Eleva a libido, multiplicam-se os filhos,
Permitindo-me com mais vigor,
Cá estou enrubescido pelo teu Amor.
Lá pelas proximidades do equador,
Entre o Sol e a Lua,
É o Pai, é a Mãe, é o Domador.
Presenteou-nos com a imensidão verde viva,
Cheia de vida, de histórias e de matintas,
Tem as Pereiras, as Gonçalves e as tupinambá[res],
Sem eira nem beira, por culpa dos parlamentares.
Batalham nas sendas,
Com a [in]consciência de suas vendas.
Reclamam para si, guiadas pela clarividência,
Nunca descem do salto,
Com o rosto molhado, ora de suor,
orar de lágrimas, na baixa frequência, orar.
Transpassam qualquer obstáculo,
Amazonas, mulheres autônomas.
A face Feminina e Divina da Criação,
Com sua lança já perfurou muito coração,
Pura procriação, a final não existe proibição,
São donas do seu corpo,
fazem dele o que bem entendem.
‘’Curto um sêmen por pura degustação’’
Se forem atrás dos machos, o riacho seca, a pobreza é certa,
Vê o fundo, cheio de tocos e sabugos,
vermes toscos me livram do dorso.
O ego profissional lhes impõe uma condição primordial,
Não depender de nenhum falo, é fatal.
O mel que me deu me sacia no presente do momento, Obrigada meu...
No casulo da borboleta, me reformo,
Concertando os erros feito sinfonia,
Eu mesma me moldo.
Quando vejo a [verac]idade, por dentro me transformo,
Flutuo como uma pluma sobre o átomo,
Desnorteio simetricamente, na vertical, horizontal,
Com a proeza de distinguir,
Entre o imaginário e o real,
Existe um contra ponto primordial,
Tudo é numérico, tudo é monumental.
Pedro Brito
23/09/2013
Imagem by Boris Vallejo - Erika (1992)